O que é RECUPERAÇÃO JUDICIAL?

O significado de recuperar uma empresa é muito mais amplo do que parece. Significa a completa reorganização econômica, administrativa e financeira da atividade privada. Na prática, muitas vezes o empresário construiu a empresa com esforço e competência, mas não conseguiu superar determinadas dificuldades. Isso acontece devido a:

– redução no poder de compra e venda;

– por falta de planejamento em relação à carga tributária e burocracia excessiva;

– relação com empregados repleta de preconceitos e potencialmente conflitante;

– a empresa estar sustentada em uma legislação trabalhista defasada, dentre outros motivos.

Recuperar uma empresa mantendo essa situação é inviável. Uma vez que não se tem poder para alterar os óbices inerentes ao que se costuma chamar de “Custo Brasil”, só resta ao empresário o caminho de modificar o que pode ser modificado: a relação da empresa com seus colaboradores.

A viabilidade de uma empresa insolvente, e das potencialmente insolventes, por não operarem com lucro, passa pelo estabelecimento de uma relação moderna entre os que dirigem a organização e os que são responsáveis pelos processos inerentes a ela, sejam eles de transformação ou administração.

Simplificando, a recuperação judicial nada mais é do que um apoio ao empresário para não abrir falência em sua empresa. A recuperação funciona da seguinte maneira:

A empresa está prestes a falir, com quebra de caixa, funcionários revoltados e desmotivados e falta de planejamento. Então o proprietário entra com pedido de recuperação judicial, para assim tentar impedir eventual falência e futuros prejuízos. Já tentando, então, evitar futuros prejuízos o proprietário pensa em um plano de atividade para extinguir a possível falência, elaborando estratégias de crescimento. Apresenta-se então aos funcionários o plano elaborado para ganho de lucro, e logo quando todos os colaboradores concordarem, o plano é apresentado em juízo. O juiz determinará que a empresa entre em processo de recuperação judicial e passará a ser amparada pela lei 11.101/2005, que trata da recuperação nas modalidades Judiciais e Extrajudiciais, bem como regula a falência não só do empresário, mas como também da sociedade empresária. Neste novo cenário econômico, haverá uma mudança expressiva nos modos de trabalho da empresa, e da mesma forma os credores, no caso, os bancos, comércios, as indústrias e os trabalhadores, deverão reformular o conceito sobre a preservação da empresa, do emprego e do nível de produção, chamamos então a “hora do vale tudo”, qualquer coisa está valendo para o ganho de lucro, e certamente os colocar como objetivos a serem valorizados novamente.

A empresa investe no marketing, para poder atrair novos clientes, e claro para poder pagar todas suas pendências até que sejam quitadas, vamos supor que em um período de 6 meses a empresa consiga desafogar de suas dívidas, com isso o processo de recuperação é dado como encerrado.

No ano de 2013, 675 empresas entraram com o pedido de recuperação, entre elas está o Grupo X, liderado pelo Brasileiro Eike Batista, a OGX, sua petroleira, e a OSX, seu estaleiro, pediram recuperação judicial em outubro e novembro do mesmo ano. A empresa entrou com pedido de recuperação, pois ela estava com dívidas de 15 bilhões de reais, mas apesar de render manchetes, a taxa de sucesso do mecanismo de recuperação judicial brasileiro é muito menor do que nos Estados Unidos. Estima-se que, das cerca de 4.000 empresas que pediram recuperação no país desde a entrada em vigor dessa lei, só 1% delas tenha saído do processo 100% recuperada de fato, 10% das empresas que entraram com o pedido, infelizmente faliram e o restante continua sob a tutela de seus administradores para que eles possam concluir o processo de recuperação judicial, dados fornecidos pela Corporate Consulting.

 

 

A TUT Transporte está em fase de recuperação judicial, e teve a falência decretada em junho de 2013, sua dívida está estimada em R$21 milhões, seu pagamento seria feito através de venda de bens não operacionais.

A Rede Compre Mais, possui débitos superiores a R$37,7 milhões e deu entrada no pedido de recuperação judicial também em junho de 2013.

No Mato Grosso, o grupo de supermercado Modelo, que é o maior do estado, entrou com o pedido de recuperação judicial, sua dívida é de R$184 milhões, isso deixou a rede fragilizada em termos financeiros, 75% de sua dívida, são para instituições financeiras, sendo que seus maiores credores são os bancos Safra, Itaú e Bradesco, além de seus fornecedores de conteúdo. Infelizmente em 2014 a Justiça decretou falência do grupo, sua dívida ao invés de diminuir, aumentou com o passar de 1 ano, de R$184 milhões, a dívida foi para R$ 315 milhões, isso inclui credores e funcionários. O pedido de autofalência foi feito em Agosto de 2014, um mês após fechar as portas de suas últimas três lojas abertas.

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